segunda-feira, 22 de março de 2010

A Loucura e o abandono




O Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico de Taubaté, na Grande São Paulo, teve de interromper as avaliações dos internos em janeiro porque seu único perito psiquiatra saiu em férias. As perícias determinam quem deve permanecer preso ou pode ser solto. O episódio mostra a falta de estrutura do manicômio judiciário, que abriga mais de 300 condenados com graves transtornos mentais.
A qualidade dos laudos médicos do sistema penal e as condições dos manicômios judiciários foram questionadas pelo desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo Caetano Lagrasta. No caso de Taubaté, também foram criticados por uma equipe do Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp), que vistoriou o local em novembro de 2009.
No relato de seis páginas, os médicos apontam que Taubaté tem “área física deteriorada” e “infraestrutura de saúde deficiente”, que não há projeto terapêutico, faltam atendimentos médicos e psiquiátricos regulares e que os pacientes são transferidos sem relatórios médicos. Não havia médicos nem enfermeiros à noite e nos fins de semana. Também faltavam materiais básicos, como medicamentos e gaze. 
O relatório do Cremesp foi encaminhado para o secretário de Administração Penitenciária, Lourival Gomes, em fevereiro deste ano. Procurada há uma semana pela reportagem, a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) não se pronunciou sobre o assunto.
Ex-internos afirmam que além de maus-tratos e negligência, a direção do hospital cobrava “pedágio” dos detentos que trabalhavam. Um deles afirma que recebia um salário mínimo para trabalhar com reciclagem de garrafas PET e tinha que dar R$ 90 para a administração do manicômio judiciário.
Fonte: Jornal da Tarde
Imagem: Navio dos Loucos, Hieronymus Bosch, c. c. 1490-1500

Só os loucos vão querer elevar este governador incompetente `a presidência... Aliás, nem eles!

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