domingo, 2 de agosto de 2009

Histeria induzida

Pelo menos 11 milhões de alunos das redes estaduais e municipais dos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Paraná e do Distrito Federal terão mais duas semanas de folga por causa da “gripe suína”. Na rede particular, apesar da recomendação do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino Particular destes Estados para que as escolas adiem o retorno às aulas, os colégios têm autonomia para montar o próprio calendário.
A forma como as aulas serão repostas ainda não foi decidida - poderá ser aos sábados, após o horário normal ou nas férias de dezembro/janeiro. Professores já enxergam empecilhos.Isso em razão da ausência de alunos. “Ninguém vai, só tem professor na escola e, no máximo, meia dúzia de alunos”.
Para o médico infectologista Mário Sérgio Moreno, diretor técnico do hospital da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Sorocaba, a decisão das secretarias de adiar as aulas está baseada no conceito de que em locais fechados ou com aglomeração de pessoas é mais fácil o vírus se propagar.No entanto, segundo ele, a medida só faria sentido se as pessoas ficassem “isoladas dentro de casa”. “Não é isso que acontece, elas vão a parques, shoppings, shows, supermercados. Os pais podem levar o vírus para casa. "Outro ponto que Moreno questiona é a justificativa de algumas escolas de que em 15 dias o tempo estará melhor: “ainda estaremos no meio do inverno, que só acaba no final de setembro”. De acordo com o infectologista, não há justificativa para pânico e a gripe A H1N1 "é preocupante tanto quanto outras doenças”.

Pois é, e ninguém vai determinar que os shoppings fechem? E por que ninguém se preocupa com a quantidade de pessoas no Brasil que morre de fome e até de frio, incomparavelmente maior do que por gripe suína? Logicamente, essas mazelas só atingem as classes mais pobres, dai ninguém se preocupa. O estardalhaço só começa mesmo quando pessoas das classes mais abastadas ficam arriscadas também, se é que realmente ficam, porque podem ser atendidas por médicos a qualquer hora, comem todos os dias e tem rede sanitária em casa e, dificilmente, serão atingidos.

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