sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Em país de mulheres oprimidas, quem tem um pênis é rei

O goleiro Bruno é protagonista de nova polêmica. As Polícias do Rio de Janeiro e Minas Gerais investigam o desaparecimento da estudante Eliza Samúdio, de 25 anos, que teria um filho de quatro meses com o goleiro. Em outubro do ano passado o goleiro teve que depor na Delegacia de Atendimento a Mulher de Jacarepaguá, no Rio de Jameiro. Teve que fazê-lo após ser acusado de agressão. Na época, Eliza disse ser ex-namorada de Bruno, além de estar grávida de cinco meses do jogador.
Segundo informações do Jornal "O Dia", Eliza está desaparecida há três semanas e a Polícia de Contagem (MG) acredita que ela esteja morta. De acordo com o diário, a delegada Alessandra Escobar, da Homicídios de Contagem, "Bruno é suspeito da morte de Eliza e a Polícia está trabalhando para encontrar o corpo da estudante". Investigações da delegacia indicariam que o goleiro e mais dois amigos teriam espancado a jovem num sítio de propriedade do jogador. Fonte: Rede Bom Dia


Pablo Picasso, Mulher Chorando, 1937

O 3º Juizado de Violência Doméstica negou o pedido de proteção a Eliza Samudio, de 25 anos, em outubro do ano passado, por considerar que a jovem não mantinha relações afetivas com o goleiro Bruno Fernandes. De acordo com o jornal "O Globo", na ocasião, a Delegacia de Atendimento à Mulher de Jacarepaguá (Deam) pediu à Justiça que o atleta fosse mantido longe da ex-amante, pois teria lhe agredido, mantido em cárcere privado e dado substâncias abortivas à ex-amante.
A juíza titular do 3º Juizado de Violência Doméstica, Ana Paula Delduque Migueis Laviola de Freitas, explicou em sua decisão que a ex-amante de Bruno não poderia se beneficiar através de medidas protetivas, nem "tentar punir o agressor" (Bruno), sob pena de banalizar a Lei Maria da Penha, pois a finalidade dessa é a de proteger a família, seja proveniente de uma união estável ou de um casamento e não na relação puramente de caráter eventual e sexual. Fonte: Último Segundo


Frida Kahlo, A Coluna Partida, 1944

Após vários comentários na mídia a respeito do desperdício da carreira do goleiro (como se fosse mais importante que a vida da moça), a culpa da morte de Eliza foi atribuída moralmente `a Juíza que não lhe concedeu a proteção da Lei Maria da Penha. Poucos notaram, entretanto, que esta decisão tinha respaldo num precedente do Superior Tribunal de Justiça, segundo o qual "Tratando-se de relação entre ex-namorados – vítima e agressor são ex-namorados –, tal não tem enquadramento no inciso III do art. 5º da Lei nº 11.340, de 2006. É que o relacionamento, no caso, ficou apenas na fase de namoro, simples namoro, que, sabe-se, é fugaz muitas das vezes" (CC 91980)

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