O coração virou meu carcereiro
A alegria cedeu lugar à dor
Um estranho virou o companheiro
O mundo virou um lugar sem cor
Nossos corações sangram mas não batem
O nosso tempo os anos já não contam
Palavras de amor ao vento se abatem
Singularidades se desencontram
Entre nós nos tornamos estrangeiros
O que fomos, o que fui, o que era
Códigos e línguas particulares
Nos velamos em vida passageiros
Porque terminou como não se espera
Um amor fenecido entre ex-pares
Débora Aligieri
Mote do soneto: Na separação, velamos uma pessoa viva e um amor morto.
Tela de Laura Salgado, originalmente em vermelho, fotografado em preto e branco
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