sábado, 12 de março de 2011

Jornalismo(?) partidário: a mentira repetida para tornar verdadeiros dados falsos

A MENTIRA

Ao longo da última década, o número total de assassinatos nas capitais brasileiras caiu 3,1%, ante 19,5% de aumento no Brasil como um todo. Em meio às peculiaridades regionais e à oscilação dos gráficos, uma das projeções que podem ser feitas com poucas chances de erro é a de que ocorrerão cerca de 50 mil assassinatos no país neste ano. 
Um caminho para diminuir o número de assassinatos parece ser replicar a fórmula aplicada em São Paulo: investir pesado em segurança pública. O número absoluto em São Paulo caiu 56,3% na comparação entre 1998 e 2008. Com isso, o Estado passou da 5ª posição no ranking de unidades da federação com maior índice de homicídios para a atual 25ª posição. Graças à queda nos índices de São Paulo e do Rio, o Sudeste viu o número total de assassinatos cair 29,9% em dez anos. Em 1998, o número absoluto de assassinatos no Sudeste era quase três vezes maior do que no Nordeste. Hoje, ocorre praticamente a mesma quantidade de homicídios nas duas regiões.
Maior ainda que a redução verificada nos Estados de São Paulo e do Rio foi a obtida em suas capitais. No Rio, a incidência de crimes com morte caiu 45,4% entre 1998 e 2008 - de 3.498 para 1.910. Na capital paulista, a queda foi de 73,3%, despencando de 6.065 para 1.622. Com isso, São Paulo conseguiu atingir o menor índice entre todas as capitais.
De acordo com o mais recente "Anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública", São Paulo - cuja população corresponde a 21% do total nacional - aplicou R$ 8,6 bilhões em policiamento em 2009, valor equivalente a 56% dos R$ 15,4 bilhões gastos por todos os Estados somados. O efetivo das forças policiais, em São Paulo, é de 183,9 mil, 44% do total nacional, que é de 418 mil. Outro dado que põe o Estado acima da média nacional é o alto número de criminosos que são efetivamente punidos - São Paulo reúne 37% da população carcerária do país, atualmente de 447,4 mil pessoas.
Fonte: Valor Econômico de 11.03.2011

O texto grifado foi colocado no Jornal da Associação dos Advogados de São Paulo - AASP como uma de suas manchetes. O padrão deste jornal é colocar o resumo das notícias, que podem ser vistas por inteiro pelo toque do leitor sobre o link indicado, com o primeiro parágrafo do texto jornalístico. Neste caso, porém, deu-se destaque ao parágrafo sobre a diminuição dos crimes em São Paulo, que estava bem mais para baixo na notícia original.


Anita Malfatti, Gruta da Imprensa

A VERDADE



A presidente da Associação dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (Adpesp), Marilda Pansonato Pinheiro, afirmou que a situação da segurança pública no estado é dramática. Ela contestou a confiabilidade das estatísticas sobre redução da criminalidade, alardeada pelo tucano Geraldo Alckmin. Para ela, há maquiagem nas estatísticas.
“Será que a sociedade acredita que a violência está diminuindo? Será que as pessoas estão se sentido mais seguras com os índices que estão sendo apresentados?”, indagou, advertindo que a estatística criminal não corresponde à expressão fiel da realidade, pois está sendo mascarada pela forma como são efetuados os registros de ocorrência. A discrepância já foi apontada pela Adpesp, em recente comunicado, ressaltando que “para a redução do número de homicídios em São Paulo, boletins têm sido lavrados como ‘morte suspeita’ ou ‘lesão corporal seguida de morte’”. A presidente da entidade destacou que a prática de registro impreciso é estimulada, transformando homicídios dolosos em “lesão corporal grave”, “morte a esclarecer”, entre outros sofismas. Fonte: Hora do Povo  



Estatística Criminal pode servir a interesses menores, ou melhor, a governos interessados em passar a falsa imagem de eficiência na área da segurança pública. No momento, o governo do Estado de São está, mais uma vez, sob suspeita de distorcer dados informativos para forjar estatísticas criminais.Em 2001, a imprensa revelou imperfeições, erros, nos preenchimentos de boletins de ocorrências policiais, tudo de forma a reduzir o número de crimes nas estatísticas. Naquela ocasião, quando flagrado o engano, o governo prometeu criar um “Conselho Externo de Acompanhamento das Estatísticas”. A promessa não foi cumprida. Até este início de 2005 as falhas nos boletins policiais continuaram.
Ao que parece, permanece o velado objetivo de passar à população a falsa idéia de eficiência governamental a inibir crimes.
Fonte: IBGF
 


Como é que pode tal fenômeno, já que o Estado tem a principal megalópole do país, e, no Brasil, “todos os dados parecem mostrar que as taxas de homicídio altas correspondem às capitais e às regiões metropolitanas que apresentam urbanização acelerada, alta concentração de moradores nos bairros periféricos, com desigualdade social acentuada e má distribuição de renda” (cf. Observatório de Segurança Pública, “Estatísticas de crimes violentos no Brasil”)?
Em nota, a Associação dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo esclareceu que “para a redução do número de homicídios em São Paulo, boletins têm sido lavrados como ‘morte suspeita’ ou ‘lesão corporal seguida de morte’, mascarando os números da estatística criminal”.
Com efeito, as estatísticas da Secretaria de Segurança Pública paulista, se dispostas num gráfico, mostram que a curva de homicídios é oposta à das “lesões corporais dolosas”. Enquanto a primeira desce, a outra sobe. Fonte: Portal Denúncia

O sociólogo Túlio Kahn, que é chefe da CAP (Coordenadoria de Análise e Planejamento) da Secretaria da Segurança Pública de São Paulo, vende serviços de consultoria nos quais põe à disposição de empresas dados sigilosos sobre a violência no Estado. Fonte: Folha.com

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