domingo, 27 de janeiro de 2008

De volta `as monções

Recheado de debates acalorados e polêmicos, a transposição do rio São Francisco no semi-árido Nordestino para dar fim à seca é uma das obras principais da campanha do Governo Lula. O projeto titulado 'Revitalização e Integração do São Francisco' já foi remodelado inúmeras vezes passando pelas mãos do MMA, do Ibama e ANA a fim de justificar o orçamento bilionário de suas obras em prol do maior número de habitantes.
Transpor um rio de quase três mil quilômetros de extensão, e que está envolvido diretamente na vida milhões de brasileiros nordestinos – cerca de 20% da população – não é uma obra que pode não dar certo.
Uma análise mais detalhada do projeto evidencia o beneficiamento da agroindústria de capital e não a familiar de uma das regiões mais cobiçadas do planeta pois suas várzeas são ricas em nutrientes e propícias ao cultivo de peixes, camarões e frutas.
Fonte: consciencia.net

O que está acontecendo é a prevalência dos grupos econômicos poderosos, no uso da água conforme seus interesses. A população nordestina mais pobre, que também precisa de água para beber e produzir, se já está excluída do acesso `a água para uso doméstico, muito mais está no caso de seu uso econômico. Por isso o projeto é imposto contra a vontade da população do São Francisco e mesmo `a revelia das leis ambientais e hídricas brasileiras. Não é por acaso que a transposição acabou militarizada, sendo os trabalhos iniciais efetivados pelo pelotão de engenharia do Exército Brasileiro.
A defesa da água como um direito humano perde gradativamente terreno para os grandes interesses econômicos. A verdadeira batalha do direito`a água está em seu uso econômico, embora 1,2 bilhões de pessoas no mundo ainda não tenha acesso `a água potável de cada dia.
Fonte: Direitos Humanos no Brasil 2007/ Relatório da Rede Social de Justiça e Direitos Humanos/ A Conjuntura Complexa do Direito Humano `a Água - Roberto Malvezzi (págs.101/105).

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