quarta-feira, 26 de setembro de 2007

O equívoco equivocado

Brasília - O presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia, afirmou ontém (25) a uma platéia formada por mais de 500 representantes de comunidades quilombolas de todo o país que “errou” ao assinar um parecer que recomenda a suspensão do processo de titulação das terras de uma comunidade remanescente de quilombo em Santa Catarina.
Ao discursar durante o Ato em Defesa dos Direitos Quilombolas, na Câmara, Chinaglia afirmou que assinou "equivocadamente" o parecer. "Se o presidente da Câmara for ler todos os pareceres, ele não faz outra coisa", disse ele. “Eu recolhi aquele parecer e desautorizei, por escrito, aquilo que tinha sido afirmado. E desautorizei por escrito, também, dizendo: foi uma conduta errada ter passado esse parecer adiante sem ter discutido comigo”, relatou ele às lideranças quilombolas.
O parecer que Chinaglia afirmou ter assinado equivocadamente vai ao encontro da tese dos que questionam o decreto 4887. "Por conter normas consideradas inconstitucionais, este decreto é contestado", diz o texto, que ainda traz, em outro trecho: "Trata-se [a demarcação de terras quilombolas] de uma questão social, e não racial, tanto que, paralelamente, persiste no país o problema da redução de trabalhadores rurais à condição análoga à de escravo, independente da raça das vítimas".
Após o discurso do presidente da Câmara, quilombolas presentes na platéia ainda insistiram que ele deveria fazer um esclarecimento adicional à imprensa sobre o equívoco. Chinaglia respondeu que isso caberia a eles, após o reconhecimento público do erro.

Fonte: Agência Brasil

Moral da história: equívocos eleitorais redundam em equívocos governamentais.

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